sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E os ensaios começaram


Quarta-feira, começaram os ensaios. Como estamos utilizando alunos das duas turmas para participar da peça, ensaiar está sendo complicado. Usamos nossas aulas e ficamos após o término delas. É algo novo para nós fazer isso. Dessa forma, espero que essas duas semanas sejam suficientes para eles conseguirem decorar as falas e fazer tudo o que imaginamos (professores e alunos). Estamos nos esforçando para isso.































Produção da peça

Os alunos já começaram a colocar a mão na massa. Ei-los fazendo os utencílios, acessórios, dos personagens.














Semana do Folclore

Estamos trabalhando com os alunos este mês com Folclore, pois haverá entre os dias 23 e 27 várias apresentações relacionadas ao folclore brasileiro na escola.
Os alunos das oitavas séries ficaram responsáveis por apresentar uma peça de teatro (na verdade, eu escolhi esta tarefa para eles :P).
Para realizar tal intento, não queria apenas que os meninos lessem uma peça já pronta. Gostaria que eles participassem de todo o processo de produção: fazer o texto da peça, confeccionar cenário, figurino, além de representar, é claro. ;).
Falei com a professora de Geografia e ela comprou a ideia e adicionou outras mais. Expomos aos alunos o que desejávamos que eles fizessem e toparam.
A primeira fase foi transformar uma lenda capixaba em texto para representação. Pedi para que criassem os diálogos para o texto que era apenas narração. Abaixo os dois textos.

ORIGINAL

Serra e Cariacica são cúmplices numa história de amor. As duas cidades, segundo conta uma lenda, estão ligadas para sempre pela força de um sentimento que une até hoje o índio Guaraci e a índia Jaciara.
Pertencentes a duas tribos inimigas - Temiminós e Botocudos - o jovem casal foi impedido de viver a sua história de amor. Comovido com a paixão dos dois índios, o Deus Tupã transformou-os em duas montanhas. O índio ficou sendo o Mestre Álvaro, na Serra e a índia, o monte Moxuara, em Cariacica.
Até hoje eles estão frente a frente, contemplando um ao outro e assim ficarão por toda a eternidade. Segundo o historiador Clério Borges, um pássaro de fogo sempre é visto nas noites de São João, indo do Mestre Álvaro ao Moxuara, abençoando o amor de Guaraci e Jaciara. Prova de que homens e histórias passam, mas corações não morrem jamais.

Conta-se que a muito tempo atrás, uma belíssima princesa indígena e um belo jovem índio guerreiro de uma tribo inimiga apaixonaram-se perdidamente. Aumentou por isso, a rivalidade entre as tribos. O cacique pai da princesa, ficou muito zangado quando soube do romance de sua filha com o inimigo. Ordenou que o feiticeiro de sua tribo perguntasse aos oráculos se o amor dos dois era sincero. Os oráculos responderam que o amor entre eles era mais do que sincero, era eterno.

Em conseqüência disto foram estabelecidas rigorosas divisas entre as terras ocupadas pelas duas tribos, terras dos atuais municípios de Cariacica e Serra. Desesperado , o cacique ordenou que seus melhores guerreiros cercassem a tribo, não deixando o guerreiro inimigo encontrar-se com sua filha. No entanto, não há amor sem esperança e como o jovem índio amava muito a princesa, esperou. Numa tarde, ele encontrou na floresta, uma ave misteriosa. Ele a seguiu até o alto de uma colina. Logo em seguida, a ave alçou vôo para a tribo da princesa, conduzindo-a até outra colina, próxima de sua tribo. Os dois então podiam se ver. Então a índia cantava e a delícia de sua voz chegava ao eleito do seu coração.

Continuaram, assim, se vendo todos os dias. Um dia o malvado cacique ficou sabendo que sua filha continuava se encontrando com o inimigo. Furioso, ele ordenou que o feiticeiro transforma-se os dois apaixonados em pedras quando se encontrassem novamente. Além disso, mandou transformar a ave numa bola de fogo. Assim aconteceu. No dia seguinte, a princesa índia e o jovem guerreiro foram transformados em rochas. O cacique e o feiticeiro não sabiam que a ave misteriosa era uma fada encantada. A ave amiga, transformada em uma bola de fogo, serve desde então, de mensageira entre os dois apaixonados e com uma mágica, faz com que uma vez por ano, na noite de São João, os dois tomem forma humana e, de modo invisível, se encontrem.

As tribos não mais existem, entretanto, o jovem guerreiro, o monte Mestre Álvaro na Serra, e a bela índia, Moxuara, em cariacica, continuam lá como o verdadeiro amor: eternos. É o motivo porque ? diz a tradição ? a noite de São João uma Bola-de-Fogo passa, no céu, e vai do Moxuara ao Mestre Álvaro e vice-versa. É a viagem do fogo, a descrever no espaço, a eternidade do amor.


TEXTO DOS ALUNOS

Conta-se que, há muito tempo atrás, existiam duas tribos: uma tinha nome de Temiminós e se situava na região de Serra, a outra tribo de nome Botocudos se situava na região de Cariacica. Na tribo Botocudos, existia uma belíssima princesa indígena filha do cacique Juraci e na tribo Temiminós existia um belo jovem índio guerreiro chamado Guaraci. Porém, essas tribos eram inimigas. Mas, mesmo assim, esses jovens apaixonaram-se perdidamente. A história se passou assim:

Cena 1 (Local da cena: floresta)

As tribos disputam território. Para saber quem é o dono, é feita uma disputa entre os dois melhores guerreiros da tribo.

Cena 2 (Local: oca do cacique)

Jaciara – Pai, já que estou com o tempo livre, vou tomar banhono rio.

Juraci (pai) – Tudo bem, mas cuidado com a tribo dos Temiminós.

Jaciara – Está bem, pai. (a índia sai)

Chegando à beira do rio, encontra um lindo índio.

Cena 3 (Local: próximo ao rio)

Guaraci – Oi, bela índia! O que faz aqui?

Jaciara – Como já cumpri minhas tarefas, resolvi tomar um banho no rio para me refrescar.

Guaraci – Qual é o seu nome, flor mais bela da floresta?

Jaciara – Jaciara. E o seu?

Guaraci – Meu nome é Guaraci.

Após uma longa conversa, ele tenta beijá-la. Ela, então, sai correndo.

Guaraci começa a freqüentar diariamente o riacho com desejo de encontrar a formosa índia. Alguns dias depois, encontra Jaciara sentada à beira do rio. E os dois não perceberam que estavam sendo observados - Sem que ela soubesse, antes de sair de casa, seu pai pediu a um índio que ficasse de olho nela.

Cena 4 (Local: próximo ao rio)

Guaraci – Oi!

Jaciara(assustada) - Você?

Guaraci – Por que você saiu correndo quando tentei beijá-la naquele dia?

Jaciara – Meu pai pediu para que eu não demorasse.

Guaraci – Fiquei esse tempo todo esperando por você.

Eles se aproximam e se beijam.

Jaciara – Está ficando muito tarde. Temos que ir.

Guaraci – Podemos nos ver novamente?

Jaciara – Não sei.

Guaraci – Te espero aqui amanhã.

Nesse instante, o índio que seu pai pediu para vigiá-la volta para a tribo para contar ao cacique o que vira entre os dois índios das tribos inimigas.

Chegando à cabana, a índia encontra seu pai nervoso.

Cena 5 (Local:oca do caíque)

Cacique Juraci – Onde você estava, minha filha?

Jaciara- Na beira do rio.

Cacique – Estava sozinha?

Jaciara – Claro que sim papai.

Cacique – Tem certeza? Não há mais nada a me dizer?

Ela fica sem resposta. No dia seguinte, o cacique ordena ao feiticeiro de sua tribo que pergunte aos oráculos se o amor entre os dois índios era sincero.

Cena 6 (Local: oca do feiticeiro)

Cacique – Vá até aos oráculos e lhes pergunte se o amor de minha filha e o índio da tribo Temiminós é sincero.

Feiticeiro – Sim, cacique.

Mais tarde o feiticeiro retorna.

Feiticeiro – Os oráculos disseram que o amor dos dois é mais do que sincero, é eterno.

Cacique – Apesar disso, não posso deixar que os dois fiquem juntos. Nossas tribos são inimigas há muitas gerações.

Em conseqüência disto foram estabelecidas rigorosa separação entre as terras ocupadas pelas duas tribos, terras dos atuais municípios de Cariacica e Serra. Os caciques das duas tribos fizeram uma reunião.

Cena 7 (Local: oca do cacique temiminós)

Cacique Botocudos – Nossos filhos estão se encontrando e nossas tribos sendo inimigas, não dará certo. É melhor cercarmos, separarmos os dois territórios.

Cacique Temiminós – Concordo plenamente. Assim evitaremos futuros conflitos.

Despediram-se. (Cacique Botocudos sai e os guerreiros entram)

Cena 8 (Local: tribo Temiminós)

Cacique Temiminós – Guerreiros, cerquem nossa tribo. Não acredito na palavra daquela tribo. E não deixem ninguém de outra tribo chegar mais perto daquela índia.

Guerreiros – Sim, cacique. Faremos tudo o que o senhor ordenar.

Cena 9 (Local: tribo Temiminós)

(guerreiros e caíque saem e Guaraci e Tacunara entram)

Guaraci (que ouve tudo) não desiste de seu amor e desabafa com seu amigo Tacunara.

Guaraci – Meu amor por ela é eterno. Se for preciso, morro por Jaciara. Porque sei que o amor dela por mim também é verdadeiro.

Tacunara – Então lute por ele. (os dois índios saem)

Cena 10 (Local: tribo Temiminós)

Numa tarde, ele encontrou na floresta, uma ave misteriosa. E retorna contando a Tacunara.

Guaraci – Eu estava ido ao encontro da minha amada e, de repente, vi uma ave misteriosa. Nunca a tinha visto por aqui, Tacunara. Eu a segui até ao topo da montanha.

Tacunara – O que aconteceu depois?

Guaraci – Eu segui essa ave misteriosa em meio à mata. Ela me conduziu até uma montanha perto da tribo de Jaciara. Assim podia vê-la e ela também me via. Ela cantou para mim com sua bela voz que fazia meu coração acelerar e doer.


Continuaram, assim, se vendo todos os dias. Um dia o malvado cacique ficou sabendo que sua filha continuava se encontrando com o inimigo.

Cena 11 (Local: tribo Botocudos)

Índio – Cacique Juraci, sua filha e o índio Temiminós estão se encontrando escondidos.

Cacique (gritando)– Não acredito! Depois de tudo que eu fiz, eles ainda se encontram? Feiticeirooooooo! Traga-me o nosso grande feiticeiro para cá. Agora!

O feiticeiro chega assustado.

Cacique (cheio de raiva) – Ordeno que transforme minha filha e o Guaraci em pedra quando os encontrar. Aliás, transforme também aquela ave que vive com Jaciara em bola de fogo.

Assim aconteceu. No dia seguinte, a princesa índia e o jovem guerreiro foram transformados em rochas enormes.

Cena 12 (Local: floresta)

Os dois índios tentam se encontrar, mas são transformados.

O cacique e o feiticeiro não sabiam que a ave misteriosa era uma fada encantada. A ave amiga, transformada em uma bola de fogo, serve, desde então, de mensageira entre os dois apaixonados e com uma mágica, faz com que uma vez por ano, na noite de São João, os dois tomem forma humana e, de modo invisível, se encontrem.

Cena 10

A ave voa de um monte ao outro.


As tribos não mais existem, entretanto, o jovem guerreiro, o monte Mestre Álvaro na Serra, e a bela índia, Moxuara, em Cariacica, continuam lá como o verdadeiro amor: eternos. É o motivo porque, diz a tradição, na noite de São João uma Bola-de-Fogo passa, no céu, e vai do Moxuara ao Mestre Álvaro e vice-versa. É a viagem do fogo, a descrever, no espaço, a eternidade do amor
.